Porquê cru?




Comer como os seres humanos que somos é algo que deixámos de fazer há muito, muito tempo. Para perceber um pouco mais sobre a nossa espécie, basta olhar para a Natureza ou então ligar a televisão e simplesmente ver um documentário com animais a comer no seu habitat natural. Uma coisa que nunca vamos ver é um leão a caçar uma zebra e acrescentar-lhe especiarias e gordura, assando-a a uma temperatura baixa para a deixar mais tenra e suculenta. Seguindo a mesma lógica, outra coisa impensável seria ver um macaco a saltear os seus vegetais só porque "isto facilita a sua digestão", ou a contar as bananas que come, só porque as mesmas "engordam". Uma vez que os leões e os macacos têm anatomias completamente diferentes, a sua alimentação também é completamente diferente. Contudo, qual é o denominador comum? A comida é crua, fresca, sem aditivos, nem qualquer outro tipo de processamento artificial. 

E aqui faz todo o sentido questionar-nos o seguinte: Existe algum macaco ou outro animal que, vivendo no seu habitat natural, seja obeso ou doente? Não. Existem animais domesticados que comem comida artificial, enlatada e cozinhada até não poder mais e que têm tumores, cancros e diabetes (que são também as doenças dos seus próprios donos)? Sim. E o que é que isto tem a ver connosco, seres humanos? Na verdade, nós não somos assim tão diferentes dos restantes animais nesse aspecto. Comemos como comemos hoje em dia não porque esta é a nossa natureza, mas sim, porque os nossos instintos foram há muito substituídos pelo vício e o condicionamento social.


Afinal, o que é que está mal com a comida cozinhada?
Aplicar calor aos alimentos não acrescenta qualquer benefício nutricional, por não dizer que já foi cientificamente provado que pode ser inclusivamente prejudicial, especialmente no caso das gorduras cozinhadas, cuja estrutura química foi alterada. Sabemos que existem situações específicas em que, ao aquecer a comida, determinados nutrientes são mais facilmente libertados, tais como o licopeno nos tomates, por exemplo. Contudo, existem dezenas de outros nutrientes nesse tomate cozinhado que acabam por ficar completamente destruídos. Vários estudos sugerem ainda que o sistema imunitário frequentemente reage aos alimentos cozinhados exactamente da mesma maneira como o faz com patógenos estranhos, tais como bactérias, vírus e fungos. Isto, por não dizer que o consumo regular de comida cozinhada resulta  num aumento do pâncreas que pode ser muito prejudicial.

Mas porquê cru e não cozinhado? As pessoas conseguem sobreviver ao comer apenas alimentos crus?
Não existem nutrientes essenciais na carne, leguminosas ou lacticínios, que não estejam presentes também na fruta e vegetais frescos e crus, frutos secos, sementes e superalimentos. No entanto, existem muitos nutrientes essenciais que podem ser obtidos apenas através das plantas. Além disso, a fruta, vegetais e verduras contêm quantidades suficientes de hidratos de carbono, proteínas e gorduras; são de digestão fácil e ainda permitem evitar a acumulação de mucosidade no corpo, garantindo assim um bom funcionamento e saúde radiante.

Quais são os benefícios de uma alimentação crudívora?
Deixamos de sobrecarregar o nosso organismo com resíduos tóxicos, deixando-o limpo e com energias suficientes para os processos vitais, cura e regeneração celular; uma alimentação crudívora bem implementada resolve de vez os problemas de obstipação e trânsito intestinal, tornando os processos de eliminação mais rápidos e eficazes; a acumulação de toxinas no cólon acaba por ficar significativamente reduzida.
Os processos de trânsito intestinal e eliminação da maior parte das pessoas que seguem a alimentação tradicional portuguesa duram, por vezes, cerca de 72h – tempo esse, durante o qual a comida começa a fermentar e apodrecer no cólon, dando origem a muitos problemas de saúde. Tal coisa nunca acontece numa alimentação crudívora, uma vez que tudo o que se come é natural, facilmente absorvido, assimilado e eliminado.