Vivemos
numa sociedade de valores alterados e critérios completamente distorcidos, em
que as pessoas sabem cada vez menos o que realmente significa «peso normal» -
aquele que nos permite ter uma vida de qualidade, com saúde plena, energia
sempre a transbordar e flexibilidade que qualquer ser humano deveria ter, mas que
hoje em dia já é quase um mito. Vivemos numa sociedade em que ser um miúdo
claramente cheinho e por vezes até obeso desde a mais tenra idade é
sinónimo de saúde, enquanto os restantes - magrinhos (mesmo que tenham sempre as bochechinhas vermelhas, olhos
brilhantes e energia a transbordar) passaram a ser vistos como
algo frágeis, esquisitos a comer e com a saúde debilitada. Vivemos numa sociedade em que se acredita piamente que "a comida que dá força e boa
estrutura" é a carne, o leite e a sande mista reforçada, enquanto a
"fruta é uma sobremesa" e "os
vegetais são para acompanhar". Sociedade essa, em que as próprias nutricionistas incluem bolachas de água e sal nos planos alimentares de perda de peso, mas recomendam moderar a ingestão de laranjas, uvas e bananas (?). Vivemos numa sociedade em que o peso
normal é estabelecido por comparação com os outros. Escusado será dizer
que no meio de uma multidão na qual muitos têm claramente excesso de
peso/obesidade, ou pelo menos gorduras localizadas, muitas pessoas de peso absolutamente normal são apelidadas de magricelas e anoréticas, mesmo que
tenham uma saúde e força invejáveis. Afinal de contas, peso normal não é aquele que nos permite ter energia, flexibilidade, rapidez e saúde radiante? Para nós, essa é a definição de "peso normal", e é isso mesmo que promovemos e em que acreditamos.