11 agosto, 2012

Regras alimentares, normas, comportamentos e o poder da autoridade: Uma breve reflexão sobre a nossa sociedade actual



Vivemos numa sociedade em que as normas ditam que a fruta é essencialmente uma sobremesa, lanche ou apenas parte de um pequeno-almoço saudável, enquanto os vegetais são para acompanhar o prato principal. Sociedade essa em que as pessoas se queixam que comer de forma saudável "sai muito caro", mas ao mesmo tempo gastam o que têm e o que não têm nas compras do dia-a-dia, nas cadeias de comida rápida, em medicação ou em produtos de beleza que servem para camuflar as suas imperfeições. 

Vivemos numa sociedade em que os médicos apregoam que uma alimentação equilibrada "deve conter de tudo" e que "a  maior parte dos alimentos devem ser comidos cozinhados". Ao perguntar porquê, a resposta que recebemos é que "assim se facilita a digestão e a absorção de nutrientes", e que "isto é particularmente válido no caso dos pacientes com problemas digestivos". Cabe a cada um de nós determinar se é para rir ou para chorar, mas se nos limitarmos puramente aos factos, a realidade é esta: quem sofre sempre e inevitavelmente são os utentes, principalmente os que se limitam a confiar cegamente na autoridade e conhecimento de quem é pago para cuidar da nossa saúde. Trata-se de um sofrimento prolongado, porque todos sabemos que os tratamentos medicamentosos podem servir para aliviar sintomas ou tapar temporariamente os problemas, mas nunca para curar ou eliminar definitivamente uma condição.

Vivemos numa sociedade que certamente vai continuar a ficar cada vez mais fraca e doente, se no futuro próximo não houver uma mudança de mentalidades e comportamentos. Infelizmente, basta olhar à nossa volta para perceber que esta já é a nossa realidade. Cabe-nos a nós melhorá-la ou piorá-la - algo que está inteiramente nas nossas mãos!